terça-feira, 10 de agosto de 2010

BORBOLETAS NO ESTÔMAGO

ENTÃO TUDO VIRA BORBOLETA

Hoje fui pescar, mas não era uma pescaria comum. A vista era linda, um mar de girassóis. Ali era a minha pescaria.

Usei como isca um beija-flor, tinha que usar algo que as flores gostassem. Não demorou muito, algo beliscou a isca. Começou então a batalha, não queria perdê-lo, mas ele era forte.

Depois de horas incessantes de luta consegui apanha-lo. Era lindo, enorme, majestoso, era o mais belo girassol que eu já pescara em toda a minha vida. Tirei uma foto para mostrar como um troféu, mas também a tirei para mostrar a todos que não acreditara em meu feito. Eu estava orgulhoso, tremia de alegria, mas era hora de devolvê-lo.

Solto-o no ar e como fosse aquela flor que ao assoprarmos ela se desfaz, deixando o vento encaminhar ao seu destino. O girassol se desfaz e o vento o levara. Cada pétala levantara vôo e se tranformara numa borboleta alaranjada, da cor da própria pétala.

Observo o balé que elas proporcionam até onde meus olhos, já gastos pelo tempo, deixam. Elas somem no meio das nuvens roxas

Volto a minha casa, tenho um lindo jardim, um foguete estacionado na garagem e um ornintorrinco como animal de estimação.

Adentro ao recinto. Vejo fotos na parede, meus pais jovens enfeitam os portas retratos.Pessoas ao meu redor em fotografias amereladas pelo tempo que nem minha memória, se esforçando faz com que eu me lembre de todos e tantos rostos.

Pego uma garrafa com uma bebida qualquer para assim destilar o meu sangue. Não consigo desvendar o sabor da bebida, mas sei que preciso dela para me sentir melhor.

Toca a campanhia. Termino de beber o líquido azul translúcido da garrafa e vou atender a porta. Agacho para pegar a maçaneta. O teto baixa, a porta encolhe. Esta tudo tão apertado.

Caustrofóbico e assustado pressiono o indicado contra o polegar dou um penteleco na porta que se abre. Deito-me no chão olhar quem estava ali. Vejo um rosto conhecido, mas não consigo me recordar de onde. Uma mulher de cabelos esverdeados, pele branca e de batom rubro, tão rubro q parece sangue. Ela então me dirige a palavra.

-Sabe o motivo dos peixes do oceano crescerem tanto?

Tentei encontrar uma conexão do que ela tava falando com o que estava me acontecendo. Não encontro uma razão racional e muito menos irracional para responde-la

-Deve ser pela natureza deles?!

-Eles crescem muito, pois eles não ficam presos, o lugar onde eles vivem é grande, são livres, mas tome cuidado, pois sempre nadando em cadurmes, cheio de peixes ao lado eles estão sempre solitários e na maioria das vezes não realizam seus verdadeiros sonhos.

Ao termino da frase o rosto da garota vai se esfarelando, não apenas o rosto mas todo seu corpo. A varre a poeira que outrora era uma conhecida e a transforma em borboletas de varias cores colorindo a paisagem.

Consigo sair da casa apertada rastejando, me retorcendo, dobrando, virando contorcendo e vou ao meu jardim p observar a paisagem, observar a pintura com que aquelas borboletas me presenteavam.

Sinto a grama entre os dedos dos pés, isso me remete a infância, me faz lembrar como tudo era tão simples, tão descompromissado.

Uma garota passeia na calçada dirigindo o seu navio. Ela atraca na frente de casa, baixa a ancora, sai da cabine, anda até a polpa e me fita com uma doçura que só crianças tem e então me pergunta o porque da minha grandeza.

-Deve ser porque estou sonhando. Hoje nada esta fazendo muito sentido, deve ser por isso que estou grande.

-Eu não sonho sabia?! Por isso que sou tão pequenininha

Como assim não sonha? Todos sonhamos. O que a garotinha estava querendo dizer?! Volto a conciência para perguntar isso para ela, mas o navio já tinha levantado a âncora e zarpado.

Não estou entendendo muita coisa, o dia está muito maluco hoje?! Sera que foi algo que comi, ou algo que bebi?! Nada está fazendo muito sentido hoje.

Antes que algo mais aconteça o meu sexto sentido avisa que o telefone irá tocar e que seria o meu pai no telefone, sei também que ele me acalmaria e explicaria tudo o que estava acontecendo.

Como esperado o telefone toca. Dá frio na barriga. Parece que tem borboletas em meu estômago. Corro para atende-lo, atendo, mas meu pai não esta ao telefone, estranhamente ele ainda toca, mesmo for a do gancho ele ainda toca, coloco-o no gancho e atendo-o novamente, mas nada diferente acontece. Ele ainda toca, como é possivel? Falo, grito e nada responde do outro lado da linha a não ser o barulho irrirtande do telefone tocando. O barulho chega a me enlouquecer, Fecho os olhos para o barulho sumir. Não some abro os olhos novamentes e percebo que era apenas o desperdador tocando.

Acordo, tomo banho, me arrumo e então vou trabalhar.

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